em nossa pequena pausa de duas semanas sem encontros, estive no Rio de Janeiro. louco quando se está envolvido em um trabalho, que tudo ao redor parece querer te dizer de novo as mesmas poéticas numa insistência temática e retórica. como se o mundo se configurasse todo nas mesmas metáforas, nos mesmos indícios de sentido ou perda de sentido... nesse período no Rio, em uma mostra sobre a estética punk e pós-punk, me deparo com David Wojnarowicz e sua obra Rimbaud em Nova Iorque. Várias coisas de seu trabalho me deixaram atônita e me fizeram retomar em experiência uma vez mais nossas pesquisas.
quando você percebe no rosto do outro o seu. quando um rosto cataliza outros rostos em sua semelhança. quando um trabalho de um artista te espelha tanto que te engole tanto que o rosto dele se cola ao seu. quando a sociedade te imprime um rosto a despeito do seu desejo ou consciência. quando.
eis David. o primeiro homem a invadir minhas reflexões nesse blog.
sigo ainda um pouco no que ainda vibra do semestre passado. eu sem rosto. sem me reconhecer com um rosto. sem ter uma dança cujo rosto eu reconheça. penso em cabelos ao invés de rosto. cabelos loiros que nem são como os meus, em verdade castanhos. mais uma vez, francesca woodman me bate à porta. mais uma vez.
16 mulheres...
Nós
Andreia Guilhermina