25.6.11

Qual é a MARIPOSA por trás de mim?

Postado por 16 mulheres e 1/2 |



Eixo transversal que me atravessa como uma bacia em meu crânio, que me gera uma presença particular, que me define a partir do meu olhar, fazendo me presente num relacionar do interno e externo, num mesmo momento.

Mariposa esfenoidal que habita o centro das minhas idéias, tu flutua e plaina num ar quase rarefeito que me direciona num vai e vem, num cima e baixo que me norteia e me desnorteia instantaneamente na linha do tempo e do espaço.

Oitavo osso da minha cabeça, tu perfura o espaço tão claramente que seu planar e seu pouso deixam rastros definidos e estabelecem linhas de tensão e fluxos de ir e vir, que muitas vezes, eu simplesmente só consigo te seguir.

Quando não tenho tanta energia para lhe oferecer tu carrega meu peso quase que me abandonando e me desmantelando mas no fim sempre acabo nos levitando. Na verdade eu ainda não entendo muito bem minha mariposa: eu carrego você ou você me carrega?

É uma questão....


Ilana Elkis

21.6.11

estado de presença

Postado por 16 mulheres e 1/2 |

Por Juliana Gennari


Ao (re)visitar o esfenóide uma série de explosões sucessivas, realizadas de tal modo que o desmoronamento por elas causado tende a concentrar-se num ponto central me:

Ancorando

Apoiando

E arremessando

em diferentes direções do espaço dentro, fora e entre esfenóides (?).

Um espaço preenchido de imagens e sensações, de afetos e desafetos onde a relação do "corpo esfenoidal" com o espaço físico e o imaginário desenham expressivamente o percurso habitado permitindo-se implodir ou explodir (?)

O permear entre esses territóreos e a projeção espacial a paritr desses, gerou uma dança. E naquele momento o que mais importava era o estado de presença, o ser e estar no esfenóide.

O trabalho do performer Tony Orrico me conquistou pelo estado de presença. O poder do estado de presença.


Esse vídeo é uma de suas performances..

19.6.11

espreita

Postado por 16 mulheres e 1/2 |

por Carolina Nóbrega



O esfenóide, animal a espreita dentro do crânio. Se fosse mesmo um animal, o osso ao redor dos olhos seriam a saida da toca. Meus olhos, não mais meus olhos, mas os olhos desse animal, esfenóide, a espreita. Animal irriquieto a se mover dentro do crâneo em múltiplas direções... o crâneo é o esconderijo.


O animal observa... as vezes ataca e alça pequenos vôos para fora, plana no espaço, abre suas asas. Depois retorna, para dentro da cabeça, e observa, ele quer saber tudo, por todos os ângulos, se interessa por todas as coisas. As vezes o crâneo parece o aprisionar... ele imprime multiplas linhas pra fora até pressionar a cabeça para novamente dar seus saltos. Ele carrega meu corpo com ele, ele implode meu corpo de dentro, e ele vai em múltiplas direções. Ele não me dá descanço. Difícil pedir a ele silêncio e que se mantenha quieto em sua morada. Ele quer sair. Ele quer sair sempre mais e para todos os lados. Perco o sono por conta desse animal ósseo.

e mais uma vez, Rebecca Horn.

19.6.11

Atravessamentos

Postado por 16 mulheres e 1/2 |

por Carolina Nóbrega

aqui retomo um procedimento que fizemos, no qual deitávamos sobre um bastão e depois nos movíamos através dele, como um eixo duplicado, um espelho ou um outro, para depois irmos ao movimento. também o trabalho de segurar a barra, os braços que se desenham a partir da relação com a barra, a moldura.

...a presença de uma linha física (bastão, barra) externa ao corpo inaugura um novo corpo, que se apoia em linhas para estar no espaço, que rasgam diagonais dentro do seu corpo...



num primeiro momento, lembrei-me de Frida Kahlo, que quando tinha 18 anos, sofreu um acidente de ônibus no qual o para-choque atravessou seu corpo, perfurou suas costas, atravessou sua pelves e saiu pela vagina. um atravessamento brutal de uma barra, uma lança, uma linha.


as marcas desse atravessamento no corpo se exteriorizaram em suas obras. vetores de dor, direcionamentos impostos a seu corpo que transformaram toda sua possibilidade de existir no mundo.

...dessas imagens fe Frida, veio-me também essa fotografia específica de Francesca Woodman. o duplo da coluna. a espinha que se separa do corpo. reconhecimento da espinha e da sombra:


e por fim, também lembrei-me de Rebecca Horn e sua pesquisa de prolongar as linhas do corpo, inaugurando novos espaços, ou tornando o espaço mais visível, ou tornando mais visível o desenho do corpo no espaço, tornando evidente que há desenho no existir, que há desenho no deslocar do corpo no espaço.









por mais diferentes que sejam os trabalhos dessas artistas, em todos reconheci essa presença de um atravessamento de linhas, que relacionam o espaço de dentro e com o espaço de fora do corpo... reconheci nessas imagens algo que trafeguei durante os improvisos a partir das barras... cortes no meu eixo, projeções espaciais, diagonais, linhas de apoio ou de desequilíbrio, que me obrigaram a um jogo espacial de desenhos.

10.6.11

Visor 3D!!

Postado por 16 mulheres e 1/2 |


por Monica Lopes

Ontem uma quietude me envolveu e trouxe uma sensação de tridimensionalidade no espaço. Eu via o espaço por todos os ângulos olhando pelo esfenóide.
O esfenóide era meus olhos, uma máscara, um visor. Na verdade minha visão se expandia por todo o corpo a partir do esfenóide. Um visor ultra moderno que via o espaço em 3D ou multidimensional. Muitas dimensões e direções no espaço. E eu podia ver o espaço através dele, ele me possibilitava ampliar minha visão do espaço. E eu tinha olhos nas costas. Tinha olhos por todos os ângulos, olhos por todo o corpo. Estes olhos eram como poros... que se abriam e deixavam escapar, desprender um jorro pelo espaço. Este jorro tinha sua origem no esfenóide. Havia algo que me sacudia, e esse algo vinha do centro da cabeça. E deste centro jorrava e escapava pelo espaço múltiplas linhas e desenhos e rabiscos....







9.6.11

esfenoide oide oide

Postado por 16 mulheres e 1/2 |



por Josefa Pereira

8.6.11

<- ...* (.) ... ->

Postado por 16 mulheres e 1/2 |

por Marília Coelho



(.) não acredito que eu possa ter o controle (.)
controlar soa um não sincero pra mim
.forçar.

só quero me permitir deixar a gravidade, ou o vento, tocar
<- e meu livre arbítrio é quem dita as direções ->

- com coração aberto, que permite a sinceridade da dança (...)

e é ali que sinto a suspensão*
...e quanto mais me aterro, mais suspendo o tempo/espaço...

_estando sobre ou fora do chão_


...fluindo, fluindo na contra-mão...


(...)

3.6.11

Um Infinito no Peito

Postado por 16 mulheres e 1/2 |

por Carolina Nóbrega

Retomo aqui um trabalho que fizemos há alguns encontros atrás. De desenhar em movimento o oito na coluna... um oito que bate e entra nos ossos... e avança costelas em infinito no espaço... levando braços em infinito também... e avança bacia em infinito no espaço... levando pernas em infinito também... o meu centro e os meus afluentes. O trabalho me trouxe a sensação de amplidão e paisagem, integração com o espaço, mas não uma integração necessariamente gostosa (certamente não passiva): Uma integração que exigiu de mim um trabalho árduo, quase agressivo, pulmonar, cardíaco... que me rasgou numa espécie de ampliamento multidirecional, um fazer parte, um compor... transformar o entorno, numa amplidão quase inumana só possível a montanhas, ou cachoeiras... em suas sinuosas e resistentes transformações/imposições na relação com o tempo/espaço.

Voltou-me, ricocheteando peito a dentro, física e inevitavelmente, um poema de Hilda Hilst que me acompanha desde anos...:

Costuro o infinito sobre o peito.
E no entanto sou água fugidia e amarga.
E sou crível e antiga como aquilo que vês:
Pedras, frontões no Todo inamovível.
Terrena, me adivinho montanha algumas vezes.
Recente, inumana, inexprimível
Costuro o infinito sobre o peito
Como aqueles que amam.

2.6.11

Explosão

Postado por Núcleo Cinematográfico de Dança |

por Mariana Sucupira

Olhar de novo para uma pequena parte do corpo é sempre distinto. Mudam as células, muda meu estado de ser/ estar no mundo. Mas quase sempre a investigação do movimento a partir do esfenóide me leva pelo mesmo caminho.

O esfenóide me parece, geotopograficamente falando, um dos ossos mais complexos do corpo, se não o mais. A sua formação em múltiplas direções espaciais me traz um sensação de explosão. O esfenóide é um osso explodido. E essa metáfora reverbera no corpo tanto como o impulso/pulso de uma explosão (implosão?), como as direções da dança no espaço. E de repente, em um determinado momento, tudo parece ficar em um estado de suspensão.

Ano passado revi essa cena do filme Zabriskie Point, do Antonioni e, por enquanto, é o jeito mais concreto que consigo ilustrar essa sensação...


2.6.11

Registro ou criação?

Postado por 16 mulheres e 1/2 |

por Monica Lopes


A minha relação com o traço e desenho de movimento nasceu da necessidade de registro das imagens corporais devido a uma certa dificuldade de memorização de coreografias e frases de movimento. Surgiu como forma de registro, e com o passar do tempo foi se transformando em procedimento de criação.... ... tornou-se pesquisa de imagens corporais no espaço, desenhos, traços... contínuos ou descontínuos. Se tornou um fio condutor de pesquisa entre a dança, a música e a fotografia.

Linhas imaginárias no corpo, no som, na voz? ... no silêncio, no ruído, no espaço? Como seria uma trilha sonora destas linhas desenhando o espaço? Linhas como desenhos, traços de movimento, fragmentos de intenções, gestos inacabados.

O que é a presença além gesto, movimento desenhado com clareza dentro e fora do corpo? Imagem corporal como desenho, traço...




2.6.11

Esfenóide, o retorno!

Postado por 16 mulheres e 1/2 |

por Monica Lopes


Um desafio retornar a este "lugar", esta qualidade corporal e estado que é despertada ao pesquisar o esfenóide - este ossinho no centro do crânio - para o movimento.
A relação com o espaço é ampla, não há foco nos olhos, eu vejo imagens desfocadas.
Existem borrões e imagens no espaço.

E a força deste estado corporal?
Um turbilhão de imagens, sensações, emoções desencadeadas quase simultâneas que afloram e pairam no ar, no espaço.
Uma dificuldade de dar tempo para cada imagem ser criada, antes de nascer outra e outra ... e outra.
Surgem imagens como a de furacões ou de vulcões, talvez pela força ou pelo desenho no espaço: de dentro da Terra para fora, ou desenhos em espiral.

Coreô costelas + esfenóide : "Costenóide"